Mutirão contra a obesidade infantil
Durante toda a semana, profissionais do Programa Saúde da Escola vão pesar e medir os alunos, calcular o Índice de Massa Corpórea (IMC) e encaminhar os que estiverem com excesso de peso para as Unidades Básicas de Saúde, onde serão examinados e orientados. O trabalho é o primeiro de uma série do programa Semana de Mobilização Saúde na Escola, lançado em uma escola de Belo Horizonte pelo Ministério. A previsão é que mais de 5 milhões de alunos com idade entre 5 e 19 anos sejam atendidos até sexta-feira.
Estudo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SDEM) mostra crescimento preocupante dessa epidemia, principalmente entre as crianças, nos últimos 20 anos. O sobrepeso já atinge 34,8% dos meninos e 16,6% das meninas de 5 a 9 anos, contra 15% e 11,9% em 1989. No mesmo período, a obesidade saltou de 4,1% para 16,6% entre os garotos nessa idade, e de 2,4% para 11,8% entre as garotas. O secretário de Atenção à Saúde do Ministério, Helvécio Magalhães, disse que o problema necessita de intervenção “o mais rápido possível”. “Temos que agir agora para não termos uma geração futura de obesos, hipertensos, diabéticos, com riscos cardiovascular, renal e cerebral aumentados”.
De acordo com ele, é mais fácil tratar a obesidade nas crianças e adolescentes, por isso o governo decidiu abrir o novo programa com esse tema. As famílias também serão convidadas a visitar as UBS para conhecerem os serviços ofertados. Magalhães explica que elas são capazes de resolver até 80% dos problemas de saúde das pessoas, desafogando hospitais de referência da região.
A presidente do Departamento de Obesidade da SBEM, Rosana Radominski, analisa que, nas crianças, a velocidade, em termos de excesso de peso e obesidade, está muito maior do que nos adultos. “Isso tem a ver com a mudança da cultura. Hoje, tem uma inversão nutricional”, afirmou, lembrando que a renda das famílias cresceu, mas não trouxe junto uma educação familiar para que a alimentação fosse corrigida. (Agência Estado)
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