domingo, 22 de junho de 2014

Cientistas descobrem como estresse pode levar a ataque cardíaco e AVC

Estresse leva à superprodução de células de defesa, os glóbulos brancos.
Excesso delas se acumula na parede das artérias e dificulta circulação.

Da France Presse
Cientistas afirmaram neste domingo (22) ter descoberto como o estresse crônico leva a ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs): provocando a superprodução de glóbulos brancos, células de defesa do organismo, que em excesso podem ser prejudiciais à saúde.
O excedente de células se acumula nas paredes das artérias, reduz o fluxo sanguíneo e favorece a formação de coágulos que bloqueiam ou interrompem a circulação.
Os glóbulos brancos "são importantes para combater e curar infecções, mas se você os têm em excesso ou se estiverem no lugar errado, podem ser nocivos", afirmou o coautor do estudo, Matthias Nahrendorf, da Escola de Medicina de Harvard, em Boston.
Há muito tempo os médicos sabiam que o estresse crônico leva a doenças cardiovasculares, mas não entendiam o mecanismo.
Modelo de estresse
Para descobrir este vínculo, Nahrendorf e uma equipe de pesquisadores estudaram 29 residentes médicos que trabalham em uma unidade de cuidados intensivos. Esse ambiente de trabalho é considerado um modelo para a exposição ao estresse crônico, por conta do ritmo acelerado e da grande responsabilidade de tomar decisões de vida e morte.
Ao comparar amostras sanguíneas retiradas durante as horas de trabalho e de folga, assim como os resultados de percepção de estresse de questionários, os cientistas encontraram um vínculo entre o estresse e o sistema imunológico.
Eles notaram, particularmente, que o estresse ativa células-tronco da medula espinhal, que por sua vez levam à superprodução de glóbulos brancos, também chamados de leucócitos.
Os glóbulos brancos, cruciais na cicatrização de ferimentos e no combate a infecções, podem se voltar contra o próprio organismo, com consequências devastadoras para pessoas com doenças como arteriosclerose, ou seja, o espessamento das paredes das artérias provocado pelo acúmulo de placas.
Ratos
Em seguida, o estudo foi feito com ratos de laboratório, que foram expostos ao equivalente do estresse para roedores, como a superlotação ou a movimentação da gaiola.
A equipe selecionou os camundongos com propensão a arteriosclerose. Eles descobriram que o excesso de glóbulos brancos produzidos em função do estresse se concentrou na parte interna das artérias e impulsionou o acúmulo de placas.
"Aqui, elas (as células) liberam enzimas que amolecem o tecido conectivo e levam ao rompimento da placa", afirmou Nahrendorf. "Esta é a causa frequente de infarto do miocárdio e do derrame", prosseguiu.
Ele acrescentou que os leucócitos são apenas parte do problema. Outros fatores, como colesterol e pressão elevados, tabagismo e propensão genética também contribuem para um risco maior de ataque cardíaco e AVC. "O estresse deve levar estes fatores à beira do abismo", disse o cientista à AFP.
AVC 1 (Foto: Arte/G1)

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Agência de saúde sugere alternativas contra ataque cardíaco

Medicamentos anticoagulantes são mais indicados para problemas cardíacos, disse o Instituto Nacional para Saúde e e Excelência Clínica da Grã-Bretanha

Foto: Getty Images
Médicos devem usar novos medicamentos além da aspirina para tratar problemas cardíacos comuns, de acordo com novas regras do Instituto Nacional para Saúde e Excelência Clínica da Grã-Bretanha (Nice, na sigla em inglês). Segundo o Nice, medicamentos anticoagulantes como a varfarina são mais indicados para aqueles com fibrilação atrial, que pode aumentar o risco de um ataque.
Especialistas dizem que muitos médicos já estão fazendo isso. A indicação deverá afetar centenas de milhares de pacientes.

A fibrilação atrial, que causa um batimento cardíaco irregular, é o problema de coração mais comum e afeta até 800 mil pessoas no Reino Unido - cerca de uma pessoa a cada 100. Com a fibrilação atrial, o coração não trabalha de maneira apropriada e podem se formar coágulos de sangue, o que aumenta o risco de um ataque.
A aspirina tem sido usada há anos para ajudar a proteger os pacientes de ataques, mas evidências sugerem que os benefícios do medicamento são muito pequenos em comparação com outros tratamentos. As diretrizes do Nice reconhecem isso - é a primeira vez que elas são atualizadas desde que foram originalmente lançadas, em 2006.
O conselho de substituir a aspirina por um medicamento anticoagulante como a varfarina deve evitar milhares de ataques. Outros anticoagulantes mais recentes podem ser mais adequados pois não exigem acompanhamento regular, diz o Nice.

Especialistas dizem que se a ingestão de aspirina for interrompida, o processo deve ser feito gradualmente e somente sob orientação de um médico.

"Ataques causados pela fibrilação atrial são comuns e evitáveis, mas apenas se o ritmo cardíaco anormal for identificado em primeiro lugar e se medicamentos eficazes são dados para prevenir o desenvolvimento de coágulos de sangue", disse o professor Peter Weissberg, diretor-médico da Fundação Britânica do Coração. "A orientação revisada do Nice reflete o acúmulo de evidências que a varfarina e os anticoagulantes mais novos são muito mais eficazes que a aspirina na prevenção de AVCs", explicou. "Isso não significa que a aspirina não seja importante e eficaz na prevenção de ataques cardíacos e derrames em outras circunstâncias".
O professor Peter Elwood, especialista da Universidade de Cardiff, alertou que pode não ser seguro parar de tomar aspirina repentinamente. "Se o consumo de aspirina tiver de ser interrompido, ele deve ser interrompido gradualmente", disse ele.

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