sexta-feira, 20 de junho de 2014

Agência de saúde sugere alternativas contra ataque cardíaco

Medicamentos anticoagulantes são mais indicados para problemas cardíacos, disse o Instituto Nacional para Saúde e e Excelência Clínica da Grã-Bretanha

Foto: Getty Images
Médicos devem usar novos medicamentos além da aspirina para tratar problemas cardíacos comuns, de acordo com novas regras do Instituto Nacional para Saúde e Excelência Clínica da Grã-Bretanha (Nice, na sigla em inglês). Segundo o Nice, medicamentos anticoagulantes como a varfarina são mais indicados para aqueles com fibrilação atrial, que pode aumentar o risco de um ataque.
Especialistas dizem que muitos médicos já estão fazendo isso. A indicação deverá afetar centenas de milhares de pacientes.

A fibrilação atrial, que causa um batimento cardíaco irregular, é o problema de coração mais comum e afeta até 800 mil pessoas no Reino Unido - cerca de uma pessoa a cada 100. Com a fibrilação atrial, o coração não trabalha de maneira apropriada e podem se formar coágulos de sangue, o que aumenta o risco de um ataque.
A aspirina tem sido usada há anos para ajudar a proteger os pacientes de ataques, mas evidências sugerem que os benefícios do medicamento são muito pequenos em comparação com outros tratamentos. As diretrizes do Nice reconhecem isso - é a primeira vez que elas são atualizadas desde que foram originalmente lançadas, em 2006.
O conselho de substituir a aspirina por um medicamento anticoagulante como a varfarina deve evitar milhares de ataques. Outros anticoagulantes mais recentes podem ser mais adequados pois não exigem acompanhamento regular, diz o Nice.

Especialistas dizem que se a ingestão de aspirina for interrompida, o processo deve ser feito gradualmente e somente sob orientação de um médico.

"Ataques causados pela fibrilação atrial são comuns e evitáveis, mas apenas se o ritmo cardíaco anormal for identificado em primeiro lugar e se medicamentos eficazes são dados para prevenir o desenvolvimento de coágulos de sangue", disse o professor Peter Weissberg, diretor-médico da Fundação Britânica do Coração. "A orientação revisada do Nice reflete o acúmulo de evidências que a varfarina e os anticoagulantes mais novos são muito mais eficazes que a aspirina na prevenção de AVCs", explicou. "Isso não significa que a aspirina não seja importante e eficaz na prevenção de ataques cardíacos e derrames em outras circunstâncias".
O professor Peter Elwood, especialista da Universidade de Cardiff, alertou que pode não ser seguro parar de tomar aspirina repentinamente. "Se o consumo de aspirina tiver de ser interrompido, ele deve ser interrompido gradualmente", disse ele.

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